domingo, 21 de julho de 2013

Quatro reais apenas.

Estava no terminal rodoviário Tietê e enquanto guardava minha jaqueta na mala, percebi se aproximar um  rapaz, com ótima aparência e articulando com voz baixa que precisava de  R$ 4,00.  Isso mesmo, apenas R$ 4,00.

Esperei ele continuar, porque geralmente quando nos pedem dinheiro é para comprar comida ou pinga e droga.

Comecei a conversar com o candango e logo se confirmou o que eu suspeitava. Um gordinho bem vestido, educado e com mochila nas costas só poderia se tratar de um estudante. Ele vinha de uma cidade lá dos cafundós de Minas Gerais, cuja cidade não guardei o nome. O dinheiro que ele pediu era para completar o pouco que tinha para comprar uma passagem para Piracicaba.

Não perguntei por que ele estava sem dinheiro, pois não era de meu interesse, todavia, notei que o rapaz realmente precisava e prontamente resolvi o problema que lhe afligia a alma. Fui estudante e ainda sou, por isso bem sei quantas restrições se sofre para se alcançar as conquistas acadêmicas.

Eu tinha quatro reais trocados e quando lhe entreguei sua feição parecia de uma criança ganhando um presente. Não cansava de me agradecer e o que eu lhe desejei de coração, foi que tivesse um excelente final de semana.

Vi quando ele se dirigiu ao guichê de passagens e tirou do bolso os trocados e juntou aos que havia lhe doado, contando ainda as moedas. Quando ele me viu, já não havia qualquer resquício de vergonha e acanhamento, mas sim de profunda gratidão. A expressão dispensou qualquer palavra.

Bem sei que naquele local repleto de gente, ele poderia encontrar outras pessoas que lhe ajudariam e até com mais dinheiro.  A verdade daquele momento ficou clara: aquele rapaz necessitava apenas de R$ 4,00 e eu ajudar alguém.


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