Estava no terminal
rodoviário Tietê e enquanto guardava minha jaqueta na mala, percebi se
aproximar um rapaz, com ótima aparência
e articulando com voz baixa que precisava de R$ 4,00.
Isso mesmo, apenas R$ 4,00.
Esperei
ele continuar, porque geralmente quando nos pedem dinheiro é para comprar
comida ou pinga e droga.
Comecei a
conversar com o candango e logo se confirmou o que eu suspeitava. Um gordinho
bem vestido, educado e com mochila nas costas só poderia se tratar de um
estudante. Ele vinha de uma cidade lá dos cafundós de Minas Gerais, cuja cidade
não guardei o nome. O dinheiro que ele pediu era para completar o pouco que
tinha para comprar uma passagem para Piracicaba.
Não
perguntei por que ele estava sem dinheiro, pois não era de meu interesse,
todavia, notei que o rapaz realmente precisava e prontamente resolvi o problema
que lhe afligia a alma. Fui estudante e ainda sou, por isso bem sei quantas
restrições se sofre para se alcançar as conquistas acadêmicas.
Eu tinha
quatro reais trocados e quando lhe entreguei sua feição parecia de uma criança
ganhando um presente. Não cansava de me agradecer e o que eu lhe desejei de
coração, foi que tivesse um excelente final de semana.
Vi quando
ele se dirigiu ao guichê de passagens e tirou do bolso os trocados e juntou aos
que havia lhe doado, contando ainda as moedas. Quando ele me viu, já não havia
qualquer resquício de vergonha e acanhamento, mas sim de profunda gratidão. A expressão dispensou qualquer palavra.
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